23 de Fevereiro - Dia do Rotariano, Dia da Paz e da Compreensão Mundial e 106 anos de Fundação do Rotary International

Hoje se comemora o Dia Nacional do Rotariano. Através de Lei Federal, de número 6.843, do dia três de novembro de 1980, foi instituído o Dia Nacional do Rotary no Brasil, comemorado sempre no dia 23 de fevereiro, em razão de ser esse o dia da fundação do Rotary International, no ano de 1905, ou seja, em 2011 o Rotary International completa 106 anos de existência, sendo a primeira e maior Organização Não Governamental (ONG) no Mundo, presente em 208 Países com 1,4 milhão de sócios.

O dia 23 de Fevereiro é um dia grande para a humanidade pois comemoram-se os 105 anos do nascimento do movimento rotário. A partir deste dia abriu-se uma oportunidade para muitos homens e mulheres de todo o mundo poderem disponibilizar parte do seu tempo, da sua vontade de ajudar, de fazer amigos, de dignificar o seu trabalho, de ser solidário, de ser compreensivo para com os que o rodeiam, enfim, para ser útil à sociedade em que vivemos.

Como movimento de voluntários que é, exige um comportamento exemplar aos seus associados. Todos devem ser um exemplo para os outros no seu local de trabalho devendo exercer a sua profissão de um modo eticamente irrepreensível.

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COMO NASCEU ROTARY

Usamos a data de fundação do Rotary Club de Chicago – 23 de Fevereiro de 1905 – como referência principal, porém seu embrião foi gerado em 1900.

Naquela época, havia em Chicago um advogado em início de carreira chamado Paul Percy Harris que crescera na pequena, pacata e acolhedora Wallingford, no Estado de Vermont e que, morando na segunda maior cidade do continente, sentia falta do espírito de camaradagem dos seus tempos de infância, juventude e universidade.

Numa noite de verão de 1900, Paul foi jantar em casa de um colega advogado no bairro de Rogers Park. Terminada a refeição, saíram para uma caminhada nas redondezas e Paul viu que o seu anfitrião tinha conseguido fazer vários amigos no comércio local. Ali lhe surgiu a ideia de um clube que transformasse relacionamentos comerciais em amizades. Tal ideia ficou encubada na mente de Harris durante cinco anos, até que, na noite de 23 de Fevereiro de 1905, ele e mais três amigos fizeram a primeira reunião do que seria o primeiro Rotary Club, o de Chicago.

Momentos Históricos: Os quatro primeiros rotarianos

Reunião na sala 711 do Unity Building deu início à organização internacional de serviços humanitários. Clique acima.

Discurso de Paul Harris em 1933

Assista aqui a uma entrevista dada por Paul Harris a uma rádio em 1942, aonde comenta a fundação de Rotary.

MENSAGEM DE PAUL HARRIS NO 42º. ANIVERSÁRIO DE ROTARY

Por Paul P. Harris

Fundador e Presidente Emérito de Rotary International

Ao olhar minhas mensagens de aniversário anteriores, parece-me haver coberto cada centímetro desse chão; que contei tudo que sabia. Então me veio à mente que (sempre) omiti a pergunta que os rotarianos mais frequentemente me fazem: “Quando fundou Rotary, você imaginava que ele se tornaria alguma coisa como é hoje?”

Minha resposta a essa pergunta é: “Não.” Meus pensamentos naquele dia, há 42 anos atrás (comemorando) neste mês a primeira reunião do primeiro clube, estavam muito longe disso. Relembro a resposta de Andrew Carnegie a uma senhora admiradora que lhe perguntou se ele não achava que sua grande obra não era inspiradora: “Não, madame, acho que foi mais perspiração que inspiração”.

Assim foi no Rotary. Não houve começo inspirado. Jovens profissionais, a maioria do interior, atenderam meu chamado. Não acostumados com a vida da cidade, nos reuníamos para nos ajudar e sermos amigáveis uns com os outros. (Antes) Tínhamos sido solitários e havíamos (agora) encontrado solução para isso. Esperávamos (a próxima) reunião como um viajante no deserto antecipa um oásis. Abolimos (o tratamento) de “Senhor” e usávamos nossos nomes. Silvester Schiele sugeriu fotos em nossa lista e a leitura de (artigos) jornais sobre nossas profissões. Harry Rubbles contribuiu para o canto no Clube.

Meu plano para nosso Clube previa (que) apenas um membro de cada negócio ou profissão seria elegível como sócio. Assim seríamos capazes de desfrutar da camaradagem e também de nos ajudarmos em nossas respectivas áreas. O Clube cresceu a passos gigantescos e (pessoas) representando diferentes nacionalidades, religiões e crenças políticas aderiram. Tolerância completa prevaleceu.

Nossa paz e tranquilidade logo rompeu nossos limites. (Logo) Deixamos de nos contentar com (nosso) isolamento e começamos com Serviço à Comunidade construído sobre a rocha da camaradagem e boa vontade e essa fundação nunca foi alterada. Rotary se tornou conhecido como uma influência benéfica para a cidade de Chicago.

Quase ao mesmo tempo, comecei uma campanha para (novos) Rotary Clubes em outras cidades. Muitos o consideraram fora de propósito. (Mesmo) Assim, segui adiante sozinho mas com a simpatia de todos. (Hoje) É história como foi organizado o Clube Número 2 em São Francisco, como Rotary atravessou a fronteira para o Canadá até Winnipeg e eventualmente cruzou o oceano até as Ilhas Britânicas onde ser tornou influente ao longo e ao largo da (Grã) Bretanha. Cuba ingressou e, eventualmente, Rotary se espalhou pelo mundo.

Se fui o arquiteto, Chesley R. Perry foi o constructor. Deve ser-lhe creditado muito dos resultados tanto quanto a qualquer outro. Membro do Clube de Chicago, (Chesley) foi eleito Secretário da Associação Nacional de Rotary Clubes quando foi formada em 1910. Serviu, como bem sabem meus leitores, como Secretário de Rotary até 1942 além de haver fundado e editado esta revista. E também houveram homens como o falecido James W. Davidson, do Canadá, que junto a seu compatriota, Coronel J. Layton Ralston “plantou” Rotary no outro lado do mundo. Mais tarde, mesmo quando a saúde e força de Jim diminuíam, passou três anos completando a expansão pelo mundo, levando Rotary a muitos mais países. (Logo) Após fazer seu relatório à Diretoria de Rotary International em Chicago, Jim regressou ao Canadá e faleceu.

Rotary cresceu com dificuldade, através do trabalho e sacrifício pessoal de homens que se doaram sem reservas. Agora (Rotary) continua sua caminhada milagrosa. O companheirismo leva homens a deixar o leito (ainda doentes) (que penso ser imprudente às vezes) e comparecer para não perder o encontro das reuniões de Rotary.

Rotary, entretanto faz o trabalho de servir em inúmeras outras maneiras. Vejam agora como se espalha o conceito das Nações Unidas onde o próprio conceito de civilização está em debate. Como poderia o Rotary fazer de forma diferente? Os delegados estão reunidos para promover o entendimento internacional e a boa vontade. E isto é o centro do pensamento de Rotary. Rotarianos são membros de 20 delegações e presidem sete dessas comissões no congresso (de fundação) das Nações Unidas em São Francisco. Mais poder, mais poder para você, meu querido Rotary!

É preciso se lembrar que em 1905, no ano de nascimento de Rotary, estávamos ainda perto dos dias de cavalos e carroças. Agora estamos na idade do avião, da divisão do átomo, e mesmo assim Rotary continua (firme). Vejam por exemplo Phil Lovejoy, o hábil sucessor de Ches Perry, que pode tomar um avião em Chicago, aterrissar em Londres, visitar diversos Clubes e estar de volta ao seu escritório em uma semana!

Não, SENHOR ROTARIANO[1], eu não antecipava em 1905 um movimento mundial com 6.000 clubes e 300.000 associados. Quando um homem planta uma semente no começo da primavera como ele poderia estar seguro de que algum dia ali cresceria uma árvore portentosa? Não tem ele que contar com o sol e  a chuva e o sorriso da Providência? Uma vez que lhe aparece o primeiro botão, ah, então ele pode começar a sonhar com a sombra.

ROTARY'S TWO SCORE AND TWO

It was unselfish men who made the movement what it is, says the Founder in this anniversary message.

By Paul P. Harris

Founder and President Emeritus of Rotary International

Glancing back through my anniversary messages of the past, it seemed to me that I had covered every inch of the ground; that I had told everything I knew. Then the thought came to me that I had omitted the question Rotarians most frequently ask me: "When you founded Rotary, did you think that it would come to anything like this?"

My answer to that question is, "No." My thoughts on that day 42 years ago this month when the first Club first met, were far from any such thing. Recall Andrew Carnegie's answer to an adoring lady who asked him if he did not think that his great work was inspirational: "No, madam, I think it was more perspirational than inspirational."

So it was in Rotary. There was no inspired beginning. Young businessmen, mostly from the country, came in response to my call. Unacquainted with city life, we gathered together to help and befriend each other. We had been lonesome and we had found a cure for lonesomeness. We looked forward to meetings as a traveler in a desert looks forward to oases. We banished "Mister" and used first names. Silvester Schiele suggested photographs in our roster and the reading of papers on our respective businesses. Harry Ruggles contributed Club singing.

My plan for our Club provided that only one member of each business or profession would be eligible for membership. We would thus be able to enjoy the fellowship and also to help each other in our respective vocations. The Club grew by leaps and bounds, and representatives of different nationalities, religions, and political faiths came in. Complete tolerance prevailed.

Our peace and tranquility soon burst their bounds, however. We ceased to be content with isolationism and began Community Service, built upon the rock of fellowship and goodwill, and that foundation has never been shaken. Rotary became known as a beneficial influence in the city of Chicago.

Almost contemporaneously, l started a campaign for Rotary Clubs in other cities. Most of the membership considered it a vagary beyond the bounds of reason. So, I went forward alone, but with the sympathy of all. It is a matter of history how Club Number Two was organized in San Francisco, how Rotary went across the Canadian border to Winnipeg and eventually across the sea to the British Isles, where it became an influence throughout the length and breadth of Britain. Cuba came in, and, eventually, Rotary spanned the world.

If I was the architect, Chesley R. Perry was the builder. He is to be credited with as much of the results as any other man. A member of the Chicago Club, he was elected Secretary of the National Association of Rotary Clubs when it was formed in 1910. He served, as my readers well know, as Rotary's Secretary from then until 1942, meanwhile founding and long editing this magazine. And then there were men like the late James W. Davidson, of Canada, who with his countryman Colonel J. Layton Ralston, "planted" Rotary in the Antipodes. Later when Jim's health and strength were failing, he spent three years in completing the span of the world, bringing Rotary to many more lands. After reporting to Rotary International's Board in Chicago, Jim returned to Canada and died.

Rotary came up the hard way, through the work of self-sacrificing men who gave of themselves unsparingly. Now it continues on its miracle-working way. Its fellowship causes men to take up their beds (ill advisedly sometimes, I think) and walk, rather than break their attendance at Rotary meetings.

However, Rotary does yeoman service in countless other ways as well. Note how it is spreading knowledge of the United Nations, wherein civilization itself is at stake. How could Rotary do otherwise? The delegates are assembled to promote international understanding and goodwill. This is the very heart's core of Rotary teaching. Rotarians were members of 20 delegations and chairman of seven of them at the San Francisco meeting of the United Nations. More power, more power to you, my beloved Rotary!

It must be remembered that 1905, the year of Rotary's birth, was not far removed from the horse-and-buggy days. And now we are in the age of the airplane, and the split atom, and still Rotary keeps up. For example, Phil Lovejoy, Ches Perry's able successor, can catch a plane in Chicago, land in London, visit several Clubs, and be back at his desk within one week!

No, Mr. Rotarian, I did not in 1905 foresee a worldwide movement of 6,000 Clubs and 300,000 men. When a man plants an unpromising sapling in the early Springtime, can he be sure that someday here will grow a mighty tree? Does he not have to reckon on rain and sun, and the smile of Providence? Once he sees the first bud, ah, then he can begin to dream of shade.


[1] Refere-se à Revista ROTARIAN

Uma verdadeira obra prima da nossa organização traduzida por José Machado BOTELHO, GD 2009-2010, D4710, ROTARY INTERNATIONAL, associado de RGHF ROTARY GLOBAL HISTORY FELLOWSHIP e enviada a este blog pelo EGD D4420, Roberto Luiz Barroso Filho.


O texto original vai para quem possa saborear o inglês daqueles dias e -- claro -- para humildemente nos lembrarmos do adágio italiano: "traduttore, traditore".

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